sexta-feira, 22 de maio de 2009

A recuperação da economia global e a criação de nova moeda-reserva internacional

Já em 1944, durante a realização do Acordo de Bretton Woods, Keynes criticou a idéia de os países participantes (45 países) assumirem o dólar como a moeda-reserva internacional, visto que, se a economia dos Estados Unidos entrar em uma profunda crise, as outras também sofreriam. Ele propôs assim a criação de uma moeda independente de qualquer nação, denominado de Bankor. Realmente, depois de 64 anos, a sua previsão se concretiza, com essa crise atual que assola todos os mercados mundiais.
Muitos países, com destaque para a China – principal comprador da dívida pública dos Estados Unidos e a maior fonte de financiamento do déficit fiscal do governo norte-americano –, defendem a criação de uma nova moeda-reserva para substituir o dólar, mostrando assim, a perda de credibilidade para com a divisa. O objetivo principal dessa tentativa é criar uma nova divisa que não esteja vinculada a um único país e que possa permanecer estável no longo prazo. Um exemplo seria, os Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma moeda independente, formada por uma cesta de moedas fortes – euro, dólar, iene japonês e libra esterlina. A moeda é constituída da seguinte forma: 44% para o dólar, 34 % para o euro, 11% para o iene e 11% para a libra esterlina.
A pergunta que se coloca é se outra moeda pode, realmente, substituir o dólar como principal moeda-reserva. Alguns especialistas se mostram pessimistas, como é o caso de Ahmed Rahnema, professor de finanças do IESE Business School. Segundo ele há dúvidas sobre se esta substituição é possível na prática.
Primeiramente, não se deve esquecer que os DES são um derivado do dólar e outras moedas fortes. Portanto, os DES não constituem uma moeda independente e também, nenhuma das principais forças políticas no FMI (Estados Unidos, União Européia, Reino Unido e Japão) apoiaria a sua criação.
Em segundo lugar, qualquer tentativa de substituir o dólar por outras moedas partindo das autoridades chinesas significaria uma grande venda de ativos lastreados em dólar e isso provocaria uma desvalorização dessa divisa no mercado financeiro. Seria um grande erro cometido pelos chineses.
Em terceiro lugar, enquanto o dólar for a moeda do comércio internacional e a economia norte-americana for a maior do mundo, os bancos centrais dos outros países continuarão a manter boa parte de suas reservas em dólar. Será, portanto, difícil mudar essa tendência.
Em quarto lugar, nenhuma dessas moedas fortes aptas a substituir o dólar como divisa de reserva dispõe de um mercado de títulos com o mesmo nível de liquidez do dólar. Assim, o mercado das dívidas expressa em dólares continuará a ser o de maior liquidez no futuro.
Em quinto lugar, se o objetivo da substituição do dólar como moeda-reserva internacional for o de obter maior rentabilidade, nessa época de crise, não parece factível essa substituição. Isso tornaria uma “bola de neve”.
Finalmente, o fator político interfere nessa decisão de escolher entre uma e outra moeda internacional. Como os E.U. A constituem o principal sócio político, econômico e militar de muitos países do Médio Oriente, Ásia e América, muitos dessas economias continuarão a manter grande parte de suas reservas internacionais em dólar, talves não por razões econômicas, mas por razões políticas. Portanto, a divisa norte-americana manterá sua hegemonia perante as outras moedas.
Ao meu ver, a recuperação da economia global não exige apenas a criação de uma nova moeda de transações internacionais. Exige também, uma regulação dos mercados financeiros e uma coordenação entre os países que permite a reversão dos desequilíbrios macroeconômicos e o restabelecimento da confiança, em termos mundiais.



Artigo elaborado por:

- Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil.



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sexta-feira, 13 de março de 2009

Cabo Verde: Um país de Desenvolvimento Médio

A experiência nos ensina que o objetivo principal de qualquer país é alcançar o desenvolvimento econômico, baseado fundamentalmente em políticas de ordem socioeconômica. Também, ela nos mostra que atingir tal objetivo não é tarefa fácil e não acontece da noite pro dia. Depende, neste caso, de muito esforço, trabalho e dedicação nomeadamente do povo de uma determinada Nação.
Tomando isso como pano de fundo, depois de 33 anos de independência, Cabo Verde comemora uma das melhores conquistas de sua história. Em janeiro deste ano, o arquipélago foi integrado ao grupo de Países de Desenvolvimento Médio (PDM). Portanto, demos mais um passo em direção ao desenvolvimento econômico. Mas é importante salientar que, apesar disso, ainda Cabo Verde é considerado um país menos avançado, isto é, apresenta uma economia vulnerável. Certamente, muitas coisas precisam ser feitas ou mudadas para que possamos atingir esse objetivo final que tanto sonhamos.
Esta recente conquista, aliado à estabilidade econômica, social e política e ao bom desempenho dos indicadores macroeconômicos (PIB, IDH, etc...), constituem não apenas sinais de amadurecimento da nossa Economia, mas também, motivos de orgulho para todos os caboverdeanos.
Sendo um país praticamente desprovido de recursos naturais e, sobretudo com uma economia dependente (vulnerável), para continuar com essa trajetória ascendente, as autoridades caboverdeanas juntamente com as Nações Unidas, com a iniciativa privada e com os principais financiadores de projetos de desenvolvimento (Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, FMI, etc...), devem “unir” cada vez mais, mobilizando recursos para melhorar principalmente as nossas infra-estruturas. Investimentos em infra-estruturas viáveis são considerados peças chaves para o crescimento e desenvolvimento econômico; investimentos pesados no capital humano (educação e saúde) são indispensáveis nesse momento já que, quanto mais qualificada for a mão-de-obra, maior é a produtividade e quando assim, maiores são as chances de o país crescer e apresentar taxas decrescentes de Desemprego e Analfabetização; medidas que melhoram a nossa balança comercial ( que é deficitária), seriam atitudes inteligentes tomadas pelo Governo pois, tornariam o país menos vulnerável à choques externos; a recuperação da credibilidade política seria outra medida fundamental para seguir essa trajetória ascendente. Hoje é comum na nossa sociedade, o cidadão não apostar mais nas promessas políticas. Com isso, as autoridades políticas têm de contribuir para tal processo de recuperação por meio da transparência e responsabilidade; e por fim, a criação de mais programas sociais destinados à população carente reduzindo assim, as taxas de pobreza e exclusão social que são muito altas.
Estatísticas oficiais mostram que o arquipélago vem recebendo investimentos externos recordes em áreas importantes como o Turismo (principal componente do PIB) que por sua vez está provocando um “efeito dominó” na nossa economia, ou seja, o crescimento desse sector está puxando o crescimento de outros e gerando Emprego e Renda para a população. Assim, seguindo essas medidas acima mencionadas, a confiança do investidor continuará aumentando e repercutindo assim, de forma positiva na conjuntura econômica e no crescimento contínuo do país.
O desenvolvimento de Cabo Verde não depende apenas de Políticas Públicas. Depende também da boa vontade e dedicação do povo caboverdeano, por isso, devemos contribuir de forma direta ou indireta. Adaptando a afirmação de Jhon F. Kennedy (ex-presidente norte-americano) à realidade caboverdeana, “Não digamos apenas o que Cabo Verde deve fazer por nós, mas também, o que podemos e devemos fazer por ele”.
Artigo elaborado por:
Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil.

Será mesmo o fim do Capitalismo? Parte II

Caro leitor, a experiência nos ensina que, as crises económicas têm um poder transformador, isto é, são capazes de mudar as relações e estruturas econômicas mundiais. Tomando isso como pano de fundo, mais uma vez fica em evidência a pergunta que fiz na primeira parte do mesmo artigo: Será mesmo, o fim do Sistema Capitalista de Produção? Ou será que, os EUA estão perdendo essa categoria de economia mais rica e poderosa do mundo, para a emergente economia chinesa?
Depois de as bolsas do mundo inteiro apresentarem quedas desastrosas que acabaram por aumentar os temores da recessão que se vive hoje, nessa semana o Governo Bush, juntamente com os principais Bancos Centrais, propuseram a criação de um pacote de US$700 Bilhões de para tentar “animar” os mercados mundiais e, tentar recuperar o crescimento econômico de longo prazo. O fundo que será criado, visa adquirir os créditos podres do mercado imobiliário de alto risco, que não vêm sendo pagas pelos devedores.
Para muitos especialistas, um tipo especial de mutuário que deu início aos problemas da crise de crédito nos EUA. Com os juros de financiamento imobiliário muito baixos, cerca de 2% ao ano, o sector viu uma expansão sem precedentes e o público-alvo teve que ser ampliado. Assim, o financiamento se tornou bastante acessível à população de qualidade de crédito mais baixo, o chamado “suprime” (Sigla em inglês para “sem renda, sem trabalho, sem bens”, portanto, de alto risco).
Como podemos constatar, a Economia tem ciclos longos de ascensão, mas também, tem períodos de queda. É o que deparamos hoje, não é verdade? Por isso, para reverter essa situação, a intervenção do Governo não pode ser questionável. A sua intervenção é essencial e imprescindível nesse aspecto, injetando recursos na Economia, não para salvar uma meia-dúzia de banqueiros e sim, para recuperar seu crescimento econômico de longo prazo e com isso, garantir a estabilidade econômica local e global. Isso vem de encontro ao que eu tinha dito antes, em que, o dinheiro público tem que ser permanentemente mobilizado para evitar o pior e, quanto mais cedo os Governos mobilizarem os recursos, menores serão os impactos negativos dessa Crise Bancária na Economia Mundial.
Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil
calubentub21@hotmail.com - telefone: +55(19) 82133897

O Desempenho Recente do Comércio entre Brasil e Cabo Verde

Brasil e Cabo Verde são países com as mesmas origens, sendo ambos oriundos da colonização portuguesa. Possuem, portanto, o mesmo idioma, grandes afinidades culturais e mantêm boas relações políticas. Com tantas afinidades, seria de se esperar que estes dois países apresentassem uma forte relação comercial entre si. No que diz respeito ao fluxo de comércio existente entre os mesmos, o Ministério do Comércio Exterior do Brasil (MDIC) publicou dados recentes, que são apresentados a seguir;Como mostra a tabela1, de 2000 a 2007 o fluxo de comércio entre os dois países, ou seja, a corrente de comércio que é a soma das exportações e importações executadas entre eles, cresceu cerca de 858%, passando de 3,8 milhões de dólares em 2000 para cerca de 36 milhões de dólares em 2007, um crescimento percentual significativo, mas ainda bastante modesto em valores absolutos.Não há dúvida que o valor representa uma forte ampliação nas relações comerciais entre eles, o que, no entanto também se pode observar é a forte assimetria desta relação; enquanto as exportações (medidas em milhões de dólares) do Brasil para Cabo Verde cresceram 861%, as importações (medidas em milhares de dólares) provenientes de Cabo Verde cresceram bem menos, cerca de 202%. Sendo assim, o saldo comercial é extremamente favorável ao Brasil. Enquanto em 2007 o Brasil exportou cerca de 19,5 milhões de dólares em mercadorias para Cabo Verde, importou no mesmo período apenas 36 mil dólares.Comparando os principais produtos exportados pelo Brasil para Cabo Verde (tabela 2) nos últimos dois anos (2006 e 2007), podemos ver que os laminados de aço lideram as exportações, representando cerca de 34% do total exportado em 2007, com um crescimento de 53% em relação ao ano anterior. Não foi, no entanto o produto cuja exportação mais se ampliou, privilégio que coube a carne de frango, com crescimento de 248%.Cabe ainda destacar que, os 15 principais produtos da pauta exportadora brasileira para Cabo Verde representaram em 2007 cerca de 77% do total exportado (um ano antes representavam 67%). Isto indica, portanto, um processo de concentração das exportações em menos produtos com vendas maiores, pois as exportações para Cabo Verde cresceram 28,3% em 2007.Quanto aos produtos importados do Brasil provenientes de Cabo Verde, nota-se primeiro que o valor é muito baixo, segundo que a pauta esta concentrada em pouquíssimos produtos e, terceiro que aparentemente não apresentam característica de continuidade.O crescimento total apresentado, de 184%, é irrelevante quando observamos o valor absoluto transacionado, de apenas 64 mil dólares em 2007, e o tipo de produto transacionado onde, apenas dois itens foram responsáveis por toda a pauta importadora em 2007. Com esses dados oficiais, podemos constatar que os desequilíbrios nas relações comerciais entre esses dois países são muito elevados. É claro que se trata de duas Economias muito distintas, sendo extremamente diferentes em tamanho e estrutura, o que justifica este desequilíbrio. O Brasil é um país industrializado, com uma grande população e um PIB da ordem de 1,067 trilhões de US$ (segundo dados do Banco Mundial /2006), enquanto Cabo Verde possui um PIB estimado de 1,14 bilhões de US$, uma população de 520 mil (segundo dados do Banco Mundial /2006) e uma economia baseada principalmente, na pesca e num turismo diferenciado em cada ilha. Desta forma, é de se esperar que o saldo comercial seja favorável ao Brasil. Como a assimetria é gritante, não só podemos analisar formas para expandir o comércio em geral, como também formas para estimular uma maior exportação de Cabo Verde para o Brasil, o que seria benéfico para as duas Economias.Com este estudo, conclui-se que praticamente não há exportações de Cabo verde para o Brasil (e mesmo que haja, são muito pequenas), desta forma, agentes econômicos de Cabo Verde ou não estão interessados no mercado brasileiro ou não possuem produtos que interessem ao mercado brasileiro, um mercado extremamente interessante, de mais de 180 milhões de consumidores. Convêm destacar ainda que apesar das grandes diferenças entres as duas Economias, os dados de comércio entre elas revelam que houve crescimento recente do fluxo de comércio entres as mesmas, no entanto, ele ainda é muito modesto e extremamente favorável ao Brasil, como já tinha assinalado anteriormente. Desta forma, muito se pode fazer para que este comércio cresça ainda mais e com expansão mais significativa e estruturada principalmente das exportações de produtos de Cabo Verde para o Brasil. Como sugestão, aconselho o nosso país a diferenciar sua pauta exportadora, como por exemplo, exportação de produtos enlatados (Atum, Sardinha), de vestuários, de calçados, do sal, entre outros. Também podemos propor medidas para compensar os desequilíbrios na balança de pagamentos por meio do turismo, do mercado de capitais ou também por meio de uma aproximação cada vez mais contínua e objetiva, entre esses dois países.Carlos BentubGraduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil

O Desempenho Acadêmico dos Estudantes Caboverdeanos nas Universidades Brasileiras

O Brasil, por meio doas Programas de Estudantes-Convênio (PECS), oferece vagas em curso de graduação e pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras a estudantes de países em desenvolvimento, inclusive Cabo Verde, com os quais mantêm relações culturais e /ou educacionais. O objetivo desses programas é possibilitar a formação de Quadros Qualificados e promover o intercâmbio cultural. Por Carlos Bentub
Nesse âmbito, são concedidos aos alunos estrangeiros do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) que apresentam desempenho acadêmico excepcional, uma Bolsa de Mérito como prêmio. Assim, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por intermédio do Departamento Cultural e Educacional (DCE), convoca as Instituições de Ensino Superior participantes do programa (PEC-G), a enviarem inscrições dos candidatos à referida Bolsa. A Bolsa de Mérito foi instituída pela Portaria Ministerial n° 657, de 1° de Novembro de 2006 e visa à concessão de um auxílio financeiro de R$ 500 (Quinhentos Reais), por um período de seis meses.
Para além do desempenho acadêmico, outros critérios são considerados;
A condição socioeconômica do aluno.
Freqüência escolar.
O envolvimento do aluno em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão (monitoria, oficinas, eventos, etc...).
Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) publicou a Lista dos alunos selecionados à Bolsa de Mérito, para o 2° semestre de 2008, que apresentarei a seguir;
Lista dos selecionados à Bolsa de Mérito-2008/ 2° semestre.
Nome
País
IES
Curso
Adilson da Penha Lopes
Cabo Verde
UFGRS
Direito
Alcione Rocha da Cruz
Cabo Verde
UFG
Odontologia
Alizia lima da Luz Zego
Cabo Verde
UFRGS
Relações Internacionais.
Anya Lúcia Tamayo Velarde
Peru
UFRGS
Música
Beldina Akhwale Sakwa
Quênia
UEL
Comunicação Social
Belén Desiré Avalos Larroza
Paraguaia
UNB
Relações Internacionais.
Belinazir Costa do Espírito Santo
São Tomé e Príncipe
UFMG
Engenharia Química
Brucelinda Ascensão de Melo Veiga
Cabo Verde
PUC-RS
Geografia
Carlos José Oliveira Bentub
Cabo Verde
PUC-Campinas
Ciências Econômicas
Catherine Lorena Céspedes Blanco
Costa Rica
UFRGS
Música
Cátia Juliana Samuel Oliveira Langa
Moçambique
São Camilo
Fisioterapia
Dulce Martins da Silva
Timor Leste
USC
Publicidade e Propaganda
Edgard Julian Osuma Melo
Colômbia
UMESP
Ciências Biológicas
Ednilsa Nair Nazaré da Trindade
São Tomé e Príncipe
UFRGS
Comunicação Social
Edwige Eveltyne lima N’Zalé
Guiné Bissau
UFC
Comunicação Social
Emma Mariangel Ortiz Torres
Paraguai
UFSM
Fonoaudiologia
Érica Edilene Lopes Sousa Ramos
Cabo Verde
UFG
Artes Visuais
Eudésio Eduim da Silva
Guiné Bissau
UFRN
Ciências Econômicas
Farha Abdula
Moçambique
UFRGS
Comunicação Social
Francisco Antonio Paquete lima
São Tomé e Príncipe
PUC-RS
Eng. Química
Gizelle Andrêa lima Mota
Cabo Verde
UFMT
Nutrição
Helder Antônio Teixeira Gomes Cardoso
Cabo Verde
UNOESC
Designe
Isaac Terceros Montaño
Bolívia
USP
Música - Regência
Jacqueline Maria Gonçalves Figueiredo
Moçambique
UFPR
Veterinária
Jessica da Mata dos Santos Monteiro
São Tomé e Príncipe
UNB
Agronomia
José Manuel Salinas
Paraguai
UEL
Música
Júlio Sanhá
Guiné Bissau
UFPR
Pedagogia
Julwaity Quaresma Cardoso Pimentel Neto
São Tomé e Príncipe
UNB
Tradução - inglês
Laura Orozco Badilla
Costa Rica
UFMG
Administração
Leonel Pereira João Quade
Guiné-Bissau
UFRN
Direito
Marco Carrilho Diniz
Moçambique
PUC-RS
Eng. Mecânica
Maria Camila Villacis Ordoñez
Equador
UDESC
Artes Plásticas
Maria da Conceição Neves Afonso
São Tomé e Príncipe
PUC-RS
Geografia
Maria Ruth Hernandez Leon
Guatemala
UFSM
Desenho Industrial
Marisia Carina Évora dos Santos
Cabo Verde
UFRN
Pedagogia
Milton Jonas Monteiro
Cabo Verde
UNB
Administração
Moizes Alberto Sanca
Guiné Bissau
UFRN
Direito
Nadine Almeida Pires
Cabo Verde
UFRN
Psicologia
Netizia de Fátima Delgado Silva
Cabo Verde
UFRN
Ciências Sociais
Patrick Olumide Obafemi
Nigéria
PUC-RS
Engenharia Mecânica
Quintino Augusto Có de Seabra
Guiné Bissau
UNESP
Arquitetura e Urbanismo
Rolando Azevedo da Costa Neto
São Tomé e Príncipe
UFRGS
Administração
Rosângela Pires lima
Cabo Verde
UFF
Direito
Selnaine Gercy lima da Vera Cruz
São Tomé e Príncipe
UERG
Psicologia
Selva Viviana Martinez Aquino
Paraguai
UFRGS
Música
Soluna Garnes
Trindad e Tobago
UNICAMP
Música
Stella Fernandes lima
São Tomé e Príncipe
UFMT
Ciências Contábeis
Suzana da Glória Amaral
São Tomé e Príncipe
UFRN
Medicina
Sylvia Marisa Braga De lima
Moçambique
UERJ
Psicologia
Tamara Agner Miguez
Uruguai
UFSC
Eng. Química
Vânia Cristina Monteiro Neves
Cabo Verde
UFF
Medicina
Vany Patrick Cortez Moreno
Cabo Verde
UFRN
Arquitetura
Viviene Marina Lopes Gonçalves
Cabo Verde
PUC-RS
Veterinária
Wanildo Menezes D’Alva Pires dos Santos
São Tomé e Príncipe
UFES
Geografia
William Gomes Ferreira
Guiné Bissau
UFRN
Letras
Willy Okoba
Quênia
UFC
Medicina
Zodinio Laurisa Monteiro Sampaio
Guiné Bissau
UFRN
Engenharia Civil
Fonte: Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Como podemos constatar, Cabo verde lidera a lista dos selecionados, responsável por 27,52% do total, isto é, com 16 alunos. Em seguida temos São Tomé e Príncipe, respondendo por cerca de 19% do total (com 11 alunos). Os países com menos selecionados são; Timor Leste, Colômbia, Bolívia, Guatemala, Equador, Nigéria, Uruguai e Trindade e Tobago, todos com 1,72% do total dessa seleção (1 aluno cada). No conjunto países que têm o português como língua oficial (Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor Leste), mais uma vez o nosso arquipélago lidera, responsável por 39% dos selecionados. Mas é importante evidenciar que, de entre os países participantes do programa PEC-G, Cabo Verde é o país que mais recebe vagas das universidades brasileiras, o que explica, em parte, essa liderança na lista dos selecionados à Bolsa de Mérito. Por outro lado, o responsável disso é o desempenho acadêmico excepcional dos estudantes do nosso país.
Com tudo isto, não restam dúvidas de que, os nossos Governos estão investindo de forma considerável na Educação, apostando na formação e qualificação de quadros que possam, de certa forma, contribuir para o crescimento e desenvolvimento econômico de Cabo Verde. Como sugestão, o país deve continuar com os investimentos nessa área, pois, a Educação é o meio mais viável para reduzir as altas taxas de Desemprego e Pobreza existentes na nossa Economia e, sobretudo, o meio mais eficaz para proporcionar aos caboverdeanos, uma sociedade justa e equilibrada.
*Graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil.

A Inflação: Um entrave ao crescimento da Economia Mundial

A Inflação: um entrave ao crescimento da Economia Mundial.
em 16/07/2008 (147 leituras)
A inflação pode ser definida como a subida generalizada dos preços dos bens e serviços. Macroeconomicamente falando, esse fenômeno acontece quando a demanda agregada (consumo e investimento) excede a oferta agregada da economia. A inflação em alta continua sendo alvo de todas as atenções no mundo inteiro. Então, é importante que você entenda melhor essa variável econômica, caso contrário, pode continuar tendo a ilusão que esse fenômeno não afeta seu modo de viver e sua qualidade de vida, pois ela diminui o valor da moeda e a conseqüência disso é a diminuição do poder de compra, principalmente da população de baixa renda.É um fenômeno que acontece de forma periódica na economia e é controlada pelas autoridades (Banco Central e o Governo) para que esteja sob controle. O ciclo tem a seguinte dinâmica; pessoas passam a gastar mais aumentando a demanda por bens e serviços e, por conseguinte os preços sobem já que a oferta não consegue acompanhar o ritmo de crescimento da demanda no curto prazo. Com isso, as pessoas passam a comprar menos e os preços voltam a cair até o ciclo recomeçar. Portanto, gera um ciclo virtuoso na economia.Não há um consenso entre os economistas sobre as causas da Inflação. De um lado existem aqueles que acreditam que as causas desse fenômeno é a maior quantidade de moeda em circulação na economia (Os Monetaristas). De outro lado temos aqueles que defendem que a principal causa da inflação é o aumento da demanda (Os Estruturalistas). Uma das formas de medir esse indicador é por meio de índices. É importante que esteja na nossa mente de que existem vários índices que medem esse indicador e cada um tem uma metodologia.A Inflação em alta hoje é um problema que ameaça o crescimento da economia mundial. Na Europa, a taxa chegou aos 3,5%, no maior nível desde o início da década de 1990. Nos Estados Unidos, bate na casa dos 3,9%. A Inflação oficial da China está em 8,5%, enquanto na Rússia, passou de 8% para 14%.Embora a inflação atinja todos os países e classes sociais, não o faz igualmente. São os países em desenvolvimento e as populações de menor poder aquisitivo, os que mais sofrem. Diferentemente da década de 1970, a inflação atual não é decorrente de um problema específico e sim é resultante de vários fatores como a elevação do preço das commodities (petróleo, metais) e dos produtos agrícolas. Há pouco mais de um ano, o barril de petróleo era vendido a US$ 60 no mercado internacional, hoje o barril custa mais de US$ 140. Sem problemas de demanda, a alta, segundo economistas, tem como pano de fundo a especulação.Os alimentos e os metais também sofrem alto nos últimos meses devido principalmente ao crescimento robusto da China e da índia, (a uma taxa que chegou a dois dígitos) e isto fez como que o consumo mundial desses produtos disparasse. Fatores sazonais, como a seca pela qual passa a Austrália – uma das grandes produtoras agrícolas mundiais – pesa sobre os preços. Na Ásia, a quebra de safras como o arroz reduziu a oferta do produto. Com a produção não acompanhando a demanda, os estoques foram caindo ao longo do ano e os preços foram aumentando. O próprio petróleo também sustenta a alta dos alimentos via custo de produção, visto que aumenta os custos da maquinaria na lavoura , como também, aumenta os custos dos transportes.Os Biocombustíveis (etanol, biodiesel), antes pioneiro para salvar o mundo dos problemas de aumento da temperatura e aquecimento global, é hoje considerado o vilão da Inflação. Segundo um relatório divulgado pelo Banco Mundial (BIRD), no dia 4 de julho em Londres, o desenvolvimento dos biocombustíveis provocou uma alta de 75% do preço dos alimentos desde 2002. Com a economia dos Estados Unidos enfrentando dificuldades por conta da crise imobiliária e o crescimento mundial ameaçado pela própria inflação, espera-se que os preços desacelerem a partir de 2009.Para acabar com os problemas que a Inflação está provocando, problemas essas como, escassez de alimentos, recessão da economia mundial, manifestações e violências nos países, principalmente nos mais pobres, é necessário que todos os países contribuam com medidas de curto, médio e longo prazo. É necessário que autoridades mundiais criam medidas que aliviam o impacto de curto prazo da inflação dos alimentos sobre os mais pobres; é necessário medidas que estimulam a oferta de alimentos e commodities e com isso recuperar o crescimento da economia mundial e reduzir as pressões.Carlos BentubGraduando em Economia pela PUC-CampinasSão Paulo, Brasil.

Será mesmo o fim do capitalismo?

Na “segunda-feira negra” de 1929, com o crash da Bolsa de Nova Yorke, o Sistema Capitalista viveu a sua pior crise. Na época comentava-se que seria o seu fim. Porém, o sistema foi salvo quando as idéias keynesianas começaram a exercer influências na sociedade. Pelo pensamento keynesiano, o Estado deve intervir na Economia, regulando-a e gerando Emprego e Renda, sustentando dessa forma o seu crescimento.Assim, no pós-guerra, a Economia dos países capitalistas, nomeadamente os Estados Unidos e os países europeus, atingiram níveis espantosos de crescimento até a década de 1970, ao adotarem o Modelo Desenvolvimentista guiado pelo Estado.A estagflação (estagnação da economia com inflação em alta), o aumento dos juros internacionais e os dois choques de petróleo enfrentados pelos países nos anos 80, levaram ao questionamento do Desenvolvimentismo Estatal. Era necessário portanto, a adoção de um novo sistema econômico, capaz de resolver os problemas econômicos melhor que o Estado. Por isso, a partir de 1990 o Sistema Neoliberal, sistema esse que critica o Desenvolvimentismo, entra em cena.Atualmente, para muitos economistas, estamos de volta a 1929 e o Capitalismo está novamente ameaçado a extinguir-se. Será mesmo o fim do Capitalismo? As bases dessa crença é a crise econômica e financeira presente na Economia norte-americana.As atenções estiveram centradas no Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos), principalmente depois do recente resgate do banco de investimentos Bear Stearnes, um dos melhores bancos do país e do mundo. Nessa semana, mais uma vez o Governo foi obrigado a socorrer financeiramente (compra de ações) duas instituições de peso no mercado hipotecário, a Fannie Mae e a Freddie Mac. A pergunta que se coloca é que, até onde o Governo pode agir para reduzir os problemas de liquidez na Economia? Por outras palavras, será que o Governo vai ter, em seus cofres, recursos suficientes para recuperar essa crise atual?Os bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos estão injetando bilhões de dólares na Economia, mas até agora os cofres públicos desses países não deram sinal de alerta, ou seja, se estão faltando dinheiro. Mas o que não entendo é que esses bancos centrais preferem ajudar uma meia dúzia de banqueiros enquanto milhões de pessoas, principalmente nos países pobres, estão passando fome.Dando ênfase à Economia chinesa e a dos grandes produtores de petróleo do Médio Oriente, as estatísticas atuais mostram que mais de US$ 1,2 trilhão de reservas externas desses países estão investidos em títulos dessas duas instituições semipúblicas (Fannie Mae e Freddie Mac), ameaçadas à falência. O que acontecerá com esses papéis, caso realmente essas duas agências falirem? E se esses investidores externos conseguirem recuperar os seus papéis, para onde se dirigirão esses recursos? Certamente, você já deve ter pensado que, ou os papéis vão virar pó (desvalorizar) ou emigrarão para os países emergentes, com uma economia mais “saudável” como o Brasil, a Índia, a Colômbia, etc, e a Economia norte-americana, por sua vez, ficará mais longe de se recuperar.Mais uma vez estamos a discutir temas e enfrentando problemas econômicos que pensávamos ter resolvidos, depois das quebras das instituições financeiras com a crise de 1929. Por isso, o dinheiro público tem que ser permanentemente mobilizado para evitar o pior. Quanto mais cedo os Governos mobilizarem os recursos, menores serão os impactos negativos dessa Crise Bancária na Economia Global.Carlos BentubGraduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil.

Há razões pra duvidar que a Economia deve ser regulada pelo Estado?

Há bem pouco tempo, o Modelo Keynesiano baseada no déficit público era tido como “morto” no seio da sociedade. Essa teoria levou muitos países, principalmente os da periferia, a cair na lógica do “crédito fácil”, quando foram surpreendidos com o aumento dos juros pelos Estados Unidos,nos finais da década de setenta e inícios dos anos oitenta. Desde então, o dito modelo desenvolvimentista estatal foi superado na década seguinte pelo Modelo Neoliberal que tem como pressupostos básicos, a abertura comercial e financeira e a existência de um Estado mínimo, portanto, uma economia “livre” capaz de alocar os recursos da melhor maneira possível onde as forças de mercado o levariam automaticamente ao pleno emprego. Por: Carlos Bentub*
As evidências atuais (neste caso, a crise econômica e financeira nos EUA e seus efeitos na economia mundial) nos levam a crer que o modelo desenvolvimentista está de volta. A nacionalização de bancos europeus e norte-americanos e a aprovação de pacotes bilionários no congresso desses países, que visam injectar recursos como forma de recuperar a liquidez na economia e debelar a crise, são provas disso.
Nas épocas de recessão econômica, quando o Estado entra gastando recursos com o intuito de aumentar a demanda efetiva , que por sua vez puxa para cima o efeito multiplicador dos investimentos e leva à recuperação da economia, é sinal de que o livre mercado não atende todas as necessidades da sociedade, portanto, ele gera ineficiências. Por isso, não há razões pra duvidar que o mercado deve ser regulado pelo Estado.
Com essa nova fase do Capitalismo, a financeirização, a valorização do capital no mercado financeiro tornou mais atraente do que a valorização da mesma na esfera produtiva. Assim, os aplicadores e, principalmente, os especuladores, passaram a ter ganhos consideráveis e lucros cada vez maiores nesses mercados, alimentando, com isso, a vitalidade do sistema. Como a economia é cíclica, hoje o mercado financeiro está enfrentando os seus piores dias, nesse período que para muitos, é a maior crise do sistema capitalista, desde 1929. Mas, essa é a lógica do Capitalismo, ou seja, sempre vai haver crises nesse sistema.
Caro leitor, com os acontecimentos econômicos atuais, podemos assim deduzir que, há um preço a pagar. Para começar, há a constatação da responsabilidade do Governo Bush na crise que empobrecerá milhões de pessoas mundo afora. O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Peter Mandelson, alfinetando o Governo norte-americano, declarou que a situação de seu país é preocupante e que, nenhum dos problemas que estão enfrentando hoje teria aparecido se não fossem os acontecimentos de Wall Street e do sistema financeiro norte-americano. Além disso, vários países já estão em recessão (no caso do Japão) e a tendência é de piorar ainda mais. Como essa crise já está a surtir efeito no lado real da economia e não apenas no lado financeiro, as empresas não estão conseguindo obter créditos no mercado e, por isso, muitos já despediram seus trabalhadores.
Estima-se também que, em 2009 haverá milhões de desempregados e a economia mundial vai apresentar crescimento próximo a 0%. Portanto, são conseqüências muitas desastrosas que, sem uma ação conjunta dos Estados mundiais, injectando recursos na economia, não poderão ser resolvidos assim tão cedo e os países, principalmente os mais pobres, crescerão menos e caminharão provavelmente a uma grande depressão, como aconteceu antes, em 1929. Por isso, a idéia de que o Estado não deve intervir na economia deve ser ignorada.
* Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil. calubentub21@hotmail.com

Efeitos da crise ataual: Alemanha e Japão entram em recessão

A recessão, em uma determinada economia, é definida tecnicamente como dois trimestres consecutivos de retração do PIB (Produto Interno Bruto). Durante esse período, as variáveis macroeconômicas apresentam resultados negativos e alarmantes.
No dia 13 de novembro de 2008, jornais do mundo inteiro indicavam uma vítima ilustre dessa crise financeira atual. A Alemanha, maior economia da Europa, sentiu o lado negativo de ostentar o título de maior exportador do mundo. A desaceleração do consumo global - especialmente dos Estados Unidos, pivô da crise financeira mundial e grande importador de produtos alemães - foi o principal fator responsável pela variação negativa do PIB alemão, pelo segundo trimestre consecutivo.
O motivo para a Alemanha ter entrado em recessão é justamente do facto de metade do produto interno bruto depender da demanda externa. Só pra ter uma idéia, mais de 50% dos produtos fabricados internamente (em especial, máquinas e equipamentos), não ficam no país. Cerca de 20% do total exportado vai para Estados Unidos, Reino Unido, Islândia e Espanha. O Departamento da Economia da Federação das Indústrias da Alemanha (BDI), divulgou que a demanda de máquinas pela china para setores chaves como a indústria têxtil, reduziu 50%.
Além da demanda externa, outro fator que está preocupando essa economia é a redução do consumo interno. Como os alemães têm o hábito de poupar mais do que gastar, com o agravamento da crise, é de se esperar que o consumo interno no país caia ainda mais.
A economia japonesa, a segunda maior do mundo, também entrou em recessão (o que já era previsto) no terceiro trimestre consecutivo, afetado pela crise financeira que derrubou os investimentos privados e a demanda externa, segundo dados oficiais. O Produto Interno Bruto (PIB) retrocedeu 0,1%, em comparação com o segundo trimestre de 2008, em conseqüência da considerável redução dos gastos em capital empresarial. As companhias se viram afetadas pela queda da demanda nos Estados Unidos, principal cliente das exportações japonesas, e pelas dificuldades para obter financiamentos dos bancos cada vez mais desconfiados. Esta é a primeira vez em sete anos que o Japão entra em recessão. A última contração do PIB durantes dois trimestres consecutivos acontecera em 2001.
O Japão se une assim à Zona Euro, na lista dos países que entraram oficialmente em recessão devido ao choque provocado pela crise financeira mundial. Para a maioria dos economistas, uma das próximas economias a entrar para a lista será a economia dos Estados Unidos, a maior do mundo.
Como solução, o que poderia ajudar essas duas economias a manter a produção e não cortar mais postos de trabalho seriam os investimentos e gastos governamentais em infra-estruturas. Projetos nesse sentido manteriam a economia em movimento e atrairiam o capital privado. Além disso, o apoio governamental para empresas investirem em pesquisas & desenvolvimento e, injeção de recursos no sistema Financeiro (bancos públicos e privados), ajudariam na recuperação dessas economias e assim, “acalmar” o mercado global. Portanto, o gasto público na economia é sempre inevitável.
Artigo elaborado por Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil. - E-mail: calubentub21@hotmail.com

Economia Orotodoxa versus Economia Heterodoxa

A ciência econômica como sendo uma ciência eminentemente social, diverge das ciências naturais pelo facto de não possuir regras e leis fixas. Isto permite que as várias escolas de pensamento econômicos – clássicos, neoclássicos, novo-clássicos, keynesianos e pós-keynesianos, monetaristas, (entre outros) – construam teorias que são antagônicas entre si. Convêm, nesse caso, distinguir Ortodoxia de Heterodoxia, portanto, duas doutrinas econômicas distintas.
A Doutrina Ortodoxa compreende todos os pensadores da escola clássica e neoclássica. Defendem a neutralidade da moeda, ou seja, que a moeda não interfere no lado real da economia (Produção) e, também acreditam no equilíbrio econômico de pleno emprego de um mercado livre. A lei de Say é um elemento básico da teoria ortodoxa, no qual, toda a oferta cria a sua própria demanda, não havendo possibilidade de superprodução e desemprego involuntário. Então, se isso é verídico, como podemos explicar a crise de 1929? Certamente, esta teoria apresenta falhas.
Os Ortodoxos em relação à política econômica, defendem a não intervenção do Estado na economia. Acreditam que para uma nação crescer de forma sustentada é necessário controlar a inflação, por meio de políticas fiscais e monetárias contracionistas, onde o governo deve reduzir os gastos para conter a demanda global. Lembrando que a política fiscal engloba as receitas (impostos e tributos) e os gastos estatais, ao passo que a política monetária trata de controlar a quantidade de moeda em circulação e a inflação, de um modo geral.
De outro lado temos a Doutrina Heterodoxa que está em constante desacordo com a ortodoxia. Engloba-se a esta teoria, principalmente, os keynesianos e pós keynesianos. Os heterodoxos destacam o papel do Estado, como agente regulador e capaz de promover o crescimento econômico. A idéia principal desta teoria é que, o sistema não tende de forma automática ao pleno emprego dos recursos, isto é, o pleno emprego é uma possibilidade.
O Estado deve assim, preocupar-se em fazer crescer a economia e, por conseguinte, controlar a inflação. O controle inflacionário dá-se por meio de medidas como a regulação de preços, salários, contratos e câmbio. O governo pode estimular o crescimento econômico através do aumento dos gastos públicos (não financiados pelo aumento dos impostos).
Alguns economistas heterodoxos, como Steve Cohn (Knox College, USA), têm tentado fazer três coisas; (1) identificar idéias compartilhadas que gerem um padrão de crítica heterodoxa através de tópicos e capítulos de textos didáticos introdutórios de macroeconomia; (2) dar atenção especial a idéias que liguem diferenças metodológicas com diferenças em relação à formulação de políticas; e (3) caracterizar as semelhanças de maneira que permita que paradigmas distintos desenvolvam diferenças comuns com a economia dos livros didáticos de diferentes formas.
Associados aos heterodoxos encontramos os denominados Estruturalistas, que acreditam que o Estado tem papel importante na economia, além do social. No entanto, o Estado passa a ser não apenas promotor do crescimento econômico, mas também do desenvolvimento econômico, isto é, do crescimento com melhoria nas condições de vida da população em geral.
Para um economista ortodoxo, “A ciência econômica é o estudo da administração dos recursos escassos”.Para um economista heterodoxo, “A ciência econômica é o estudo da administração da política do Estado do ponto de vista de seus condicionantes, objetivos e implicações”.
Resumindo, os heterodoxos aceitam a intervenção estatal na economia, enquanto que os ortodoxos acreditam no livre equilíbrio entre a oferta e demanda, onde o Estado deve ser orientado apenas a atividades de policiamento, segurança e defesa nacional.
Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil
calubentub21@hotmail.com