sexta-feira, 13 de março de 2009

Efeitos da crise ataual: Alemanha e Japão entram em recessão

A recessão, em uma determinada economia, é definida tecnicamente como dois trimestres consecutivos de retração do PIB (Produto Interno Bruto). Durante esse período, as variáveis macroeconômicas apresentam resultados negativos e alarmantes.
No dia 13 de novembro de 2008, jornais do mundo inteiro indicavam uma vítima ilustre dessa crise financeira atual. A Alemanha, maior economia da Europa, sentiu o lado negativo de ostentar o título de maior exportador do mundo. A desaceleração do consumo global - especialmente dos Estados Unidos, pivô da crise financeira mundial e grande importador de produtos alemães - foi o principal fator responsável pela variação negativa do PIB alemão, pelo segundo trimestre consecutivo.
O motivo para a Alemanha ter entrado em recessão é justamente do facto de metade do produto interno bruto depender da demanda externa. Só pra ter uma idéia, mais de 50% dos produtos fabricados internamente (em especial, máquinas e equipamentos), não ficam no país. Cerca de 20% do total exportado vai para Estados Unidos, Reino Unido, Islândia e Espanha. O Departamento da Economia da Federação das Indústrias da Alemanha (BDI), divulgou que a demanda de máquinas pela china para setores chaves como a indústria têxtil, reduziu 50%.
Além da demanda externa, outro fator que está preocupando essa economia é a redução do consumo interno. Como os alemães têm o hábito de poupar mais do que gastar, com o agravamento da crise, é de se esperar que o consumo interno no país caia ainda mais.
A economia japonesa, a segunda maior do mundo, também entrou em recessão (o que já era previsto) no terceiro trimestre consecutivo, afetado pela crise financeira que derrubou os investimentos privados e a demanda externa, segundo dados oficiais. O Produto Interno Bruto (PIB) retrocedeu 0,1%, em comparação com o segundo trimestre de 2008, em conseqüência da considerável redução dos gastos em capital empresarial. As companhias se viram afetadas pela queda da demanda nos Estados Unidos, principal cliente das exportações japonesas, e pelas dificuldades para obter financiamentos dos bancos cada vez mais desconfiados. Esta é a primeira vez em sete anos que o Japão entra em recessão. A última contração do PIB durantes dois trimestres consecutivos acontecera em 2001.
O Japão se une assim à Zona Euro, na lista dos países que entraram oficialmente em recessão devido ao choque provocado pela crise financeira mundial. Para a maioria dos economistas, uma das próximas economias a entrar para a lista será a economia dos Estados Unidos, a maior do mundo.
Como solução, o que poderia ajudar essas duas economias a manter a produção e não cortar mais postos de trabalho seriam os investimentos e gastos governamentais em infra-estruturas. Projetos nesse sentido manteriam a economia em movimento e atrairiam o capital privado. Além disso, o apoio governamental para empresas investirem em pesquisas & desenvolvimento e, injeção de recursos no sistema Financeiro (bancos públicos e privados), ajudariam na recuperação dessas economias e assim, “acalmar” o mercado global. Portanto, o gasto público na economia é sempre inevitável.
Artigo elaborado por Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil. - E-mail: calubentub21@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário