A Inflação: um entrave ao crescimento da Economia Mundial.
em 16/07/2008 (147 leituras)
A inflação pode ser definida como a subida generalizada dos preços dos bens e serviços. Macroeconomicamente falando, esse fenômeno acontece quando a demanda agregada (consumo e investimento) excede a oferta agregada da economia. A inflação em alta continua sendo alvo de todas as atenções no mundo inteiro. Então, é importante que você entenda melhor essa variável econômica, caso contrário, pode continuar tendo a ilusão que esse fenômeno não afeta seu modo de viver e sua qualidade de vida, pois ela diminui o valor da moeda e a conseqüência disso é a diminuição do poder de compra, principalmente da população de baixa renda.É um fenômeno que acontece de forma periódica na economia e é controlada pelas autoridades (Banco Central e o Governo) para que esteja sob controle. O ciclo tem a seguinte dinâmica; pessoas passam a gastar mais aumentando a demanda por bens e serviços e, por conseguinte os preços sobem já que a oferta não consegue acompanhar o ritmo de crescimento da demanda no curto prazo. Com isso, as pessoas passam a comprar menos e os preços voltam a cair até o ciclo recomeçar. Portanto, gera um ciclo virtuoso na economia.Não há um consenso entre os economistas sobre as causas da Inflação. De um lado existem aqueles que acreditam que as causas desse fenômeno é a maior quantidade de moeda em circulação na economia (Os Monetaristas). De outro lado temos aqueles que defendem que a principal causa da inflação é o aumento da demanda (Os Estruturalistas). Uma das formas de medir esse indicador é por meio de índices. É importante que esteja na nossa mente de que existem vários índices que medem esse indicador e cada um tem uma metodologia.A Inflação em alta hoje é um problema que ameaça o crescimento da economia mundial. Na Europa, a taxa chegou aos 3,5%, no maior nível desde o início da década de 1990. Nos Estados Unidos, bate na casa dos 3,9%. A Inflação oficial da China está em 8,5%, enquanto na Rússia, passou de 8% para 14%.Embora a inflação atinja todos os países e classes sociais, não o faz igualmente. São os países em desenvolvimento e as populações de menor poder aquisitivo, os que mais sofrem. Diferentemente da década de 1970, a inflação atual não é decorrente de um problema específico e sim é resultante de vários fatores como a elevação do preço das commodities (petróleo, metais) e dos produtos agrícolas. Há pouco mais de um ano, o barril de petróleo era vendido a US$ 60 no mercado internacional, hoje o barril custa mais de US$ 140. Sem problemas de demanda, a alta, segundo economistas, tem como pano de fundo a especulação.Os alimentos e os metais também sofrem alto nos últimos meses devido principalmente ao crescimento robusto da China e da índia, (a uma taxa que chegou a dois dígitos) e isto fez como que o consumo mundial desses produtos disparasse. Fatores sazonais, como a seca pela qual passa a Austrália – uma das grandes produtoras agrícolas mundiais – pesa sobre os preços. Na Ásia, a quebra de safras como o arroz reduziu a oferta do produto. Com a produção não acompanhando a demanda, os estoques foram caindo ao longo do ano e os preços foram aumentando. O próprio petróleo também sustenta a alta dos alimentos via custo de produção, visto que aumenta os custos da maquinaria na lavoura , como também, aumenta os custos dos transportes.Os Biocombustíveis (etanol, biodiesel), antes pioneiro para salvar o mundo dos problemas de aumento da temperatura e aquecimento global, é hoje considerado o vilão da Inflação. Segundo um relatório divulgado pelo Banco Mundial (BIRD), no dia 4 de julho em Londres, o desenvolvimento dos biocombustíveis provocou uma alta de 75% do preço dos alimentos desde 2002. Com a economia dos Estados Unidos enfrentando dificuldades por conta da crise imobiliária e o crescimento mundial ameaçado pela própria inflação, espera-se que os preços desacelerem a partir de 2009.Para acabar com os problemas que a Inflação está provocando, problemas essas como, escassez de alimentos, recessão da economia mundial, manifestações e violências nos países, principalmente nos mais pobres, é necessário que todos os países contribuam com medidas de curto, médio e longo prazo. É necessário que autoridades mundiais criam medidas que aliviam o impacto de curto prazo da inflação dos alimentos sobre os mais pobres; é necessário medidas que estimulam a oferta de alimentos e commodities e com isso recuperar o crescimento da economia mundial e reduzir as pressões.Carlos BentubGraduando em Economia pela PUC-CampinasSão Paulo, Brasil.
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