A experiência nos ensina que o objetivo principal de qualquer país é alcançar o desenvolvimento econômico, baseado fundamentalmente em políticas de ordem socioeconômica. Também, ela nos mostra que atingir tal objetivo não é tarefa fácil e não acontece da noite pro dia. Depende, neste caso, de muito esforço, trabalho e dedicação nomeadamente do povo de uma determinada Nação.
Tomando isso como pano de fundo, depois de 33 anos de independência, Cabo Verde comemora uma das melhores conquistas de sua história. Em janeiro deste ano, o arquipélago foi integrado ao grupo de Países de Desenvolvimento Médio (PDM). Portanto, demos mais um passo em direção ao desenvolvimento econômico. Mas é importante salientar que, apesar disso, ainda Cabo Verde é considerado um país menos avançado, isto é, apresenta uma economia vulnerável. Certamente, muitas coisas precisam ser feitas ou mudadas para que possamos atingir esse objetivo final que tanto sonhamos.
Esta recente conquista, aliado à estabilidade econômica, social e política e ao bom desempenho dos indicadores macroeconômicos (PIB, IDH, etc...), constituem não apenas sinais de amadurecimento da nossa Economia, mas também, motivos de orgulho para todos os caboverdeanos.
Sendo um país praticamente desprovido de recursos naturais e, sobretudo com uma economia dependente (vulnerável), para continuar com essa trajetória ascendente, as autoridades caboverdeanas juntamente com as Nações Unidas, com a iniciativa privada e com os principais financiadores de projetos de desenvolvimento (Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, FMI, etc...), devem “unir” cada vez mais, mobilizando recursos para melhorar principalmente as nossas infra-estruturas. Investimentos em infra-estruturas viáveis são considerados peças chaves para o crescimento e desenvolvimento econômico; investimentos pesados no capital humano (educação e saúde) são indispensáveis nesse momento já que, quanto mais qualificada for a mão-de-obra, maior é a produtividade e quando assim, maiores são as chances de o país crescer e apresentar taxas decrescentes de Desemprego e Analfabetização; medidas que melhoram a nossa balança comercial ( que é deficitária), seriam atitudes inteligentes tomadas pelo Governo pois, tornariam o país menos vulnerável à choques externos; a recuperação da credibilidade política seria outra medida fundamental para seguir essa trajetória ascendente. Hoje é comum na nossa sociedade, o cidadão não apostar mais nas promessas políticas. Com isso, as autoridades políticas têm de contribuir para tal processo de recuperação por meio da transparência e responsabilidade; e por fim, a criação de mais programas sociais destinados à população carente reduzindo assim, as taxas de pobreza e exclusão social que são muito altas.
Estatísticas oficiais mostram que o arquipélago vem recebendo investimentos externos recordes em áreas importantes como o Turismo (principal componente do PIB) que por sua vez está provocando um “efeito dominó” na nossa economia, ou seja, o crescimento desse sector está puxando o crescimento de outros e gerando Emprego e Renda para a população. Assim, seguindo essas medidas acima mencionadas, a confiança do investidor continuará aumentando e repercutindo assim, de forma positiva na conjuntura econômica e no crescimento contínuo do país.
O desenvolvimento de Cabo Verde não depende apenas de Políticas Públicas. Depende também da boa vontade e dedicação do povo caboverdeano, por isso, devemos contribuir de forma direta ou indireta. Adaptando a afirmação de Jhon F. Kennedy (ex-presidente norte-americano) à realidade caboverdeana, “Não digamos apenas o que Cabo Verde deve fazer por nós, mas também, o que podemos e devemos fazer por ele”.
Artigo elaborado por:
Carlos Bentub, graduando em Economia pela PUC-Campinas, São Paulo, Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário